Self Realisation
Quanto mais alto voamos, mais pequenos parecemos para aqueles que não sabem voar.
Campo Transpessoal
“Tocar o espírito, só pode alegrar a jornada de cura.”
Rick de San Quentin
Vivemos enquanto civilização, num momento histórico complexo. Se, por um lado somos cada vez mais materialistas,
focados no exterior, na imagem e no êxito, por outro lado surgem cada vez mais movimentos e adeptos das teorias
pseudo-espirituais da Nova Era baseadas num misticismo anti-ciência completamente afastadas da realidade.
Para José Tolentino Mendonça, sacerdote, teólogo e poeta português, nos nossos dias, “vivemos de opiniões, de
verdades parciais e provisórias, de paixões, de aparências e modas, como se a vida fosse isso. Esgotamo-nos a desfilar
cascas e camadas, sem um centro que nós dê realmente acesso ao pleno sentido.” Poderemos afirmar então, que o
verdadeiro caminho espiritual é feito nesse sentido de procura do nosso centro, da nossa voz interior, da nossa
interioridade. Está relacionado com o significado da palavra Latina RELIGARE (de onde deriva religião), sendo que tudo
está ligado, eu e o Outro, eu e a Natureza, eu e o Cosmos. Não existe divisão, apenas a ilusão de que estamos
separados.
Existe sim, em todos nós um aspecto essencial que não pode ser extinto. Sem esta ligação à essência, sentimo-nos
desnorteados, sem rumo e sem propósito e, por fim adoecemos sem sabermos porquê. Vivemos numa epidemia de
ansiedade e outras doenças mentais tais como depressões, distúrbios de personalidade e comportamento, até mesmo
“Burn Out”.
O que podemos fazer então, sabendo que estes problemas que enfrentamos nem sempre se devem à crise social,
política e ambiental que vivemos? Conseguimos entender que, o que nos aflige, é algo mais profundo: uma doença da
alma, se assim lhe quisermos chamar. Não há receitas óbvias para estas maleitas, mas sim, caminhos. Algumas pessoas
encontram conforto nas religiões tradicionais, outras no silêncio e contacto com a natureza e outras recorrem à terapia.
Torna-se útil, nalgum momento pedir ajuda, ou ter alguma orientação para dar passos no caminho da realização do Eu,
ou como diria C.G. Jung, na direção da nossa individuação. Mesmo estando bem integrados e desempenhando bem
todos os papeis sociais, respondendo às expectativas da sociedade, haverá sempre um momento em que as questões
existenciais afloram – quem sou eu, para onde estou indo, qual o meu sentido e propósito? Não há possibilidade de
negação sem consequências.
Neste sentido, a terapia pode ajudar-nos nesse caminho, em direção a um Eu mais autêntico e verdadeiro. Não é um
caminho fácil, nem apressado. O terapeuta pode apenas guiar-nos, como um pai ou uma mãe guiam os primeiros
passos de seu pequeno filho. O terapeuta pode dar sugestões, acender algumas luzes quando não conseguimos ver,
mas o caminho é nosso e o esforço também.
Não hesite em solicitar a nossa ajuda para uma reflexão orientada.
Manuela